ENTREVISTA COM O ARTISTA PLÁSTICO – Gilson Xavier Matos.
QUEM É GILSON MATOS:
Como
a Arte e a sua vida se cruzaram?
Aos 10 anos, ainda cursando
a escola primária, já desenhava o que chamou a atenção de um amigo jornalista,
Valter Pires do jornal “A Tarde”, que me levou até aos alunos da escola de
Belas Artes, que frequentei durante três anos, sob a orientação do mestre,
então aluno Edson da Luz (líder atual do grupo ETSEDRON).
Como
e onde foi sua primeira exposição?
R: Minha primeira exposição
individual aconteceu na Primeira Bienal Nacional acontecida em Salvador-Ba, em
1966. Essa exposição foi retratada pelo jornal “A Tarde”, com uma reportagem
intitulada “O Artista Nasce Feito”.
Como
você recebeu a crítica de Mario Cravo, Carybé, Matilde Matos e Romano Galeffi a
respeito do seu trabalho?
R:
Com Naturalidade e fiquei muito honrado.
Nota-se
a presença da Religião Hinduísta em seus trabalhos. A que se deve essa
influência?
R: Após os anos 1960, com
meu envolvimento no movimento do Hipismo e da Contracultura entrei em contato
com membros do movimento Hare Krishna,
oriundos da cultura Hindu. Foi membro fundador desse movimento aqui no Brasil,
na ocasião mudei para São Paulo, onde trabalhei em templos, editoras e no
proselitismo.
Você
foi influenciado por outros Artistas Plásticos?
Sim. Frequentava vários espaços
da Cultura e Arte, como Panorama, Casa de Wilson Rocha (guru dos artistas da
Bahia), Atelier de Mário Cravo, Carybé, Hannsen Bahia, Edson da Luz e também a
boate “Anjo Negro”, (reduto dos artistas da Bahia). Conseqüentemente esses
artistas com certeza muito me influenciaram, eles eram mais experientes.
Qual
das suas obras é a mais bela, aquela que tocou profundamente seu coração?
R: A primeira obra
intitulada “A Criança e a Igreja”. Com ela fui aceito com apenas 12 anos de
idade Na Bienal de Artes, nos anos 1960 ocorrida em Salvador
Você
nasceu em Piatã-Ba. Sempre morou aqui?
Não. Como já disse, em
Salvador, São Paulo, Recife, Brasília, agora estou residindo aqui em Piatã.
Se
a gente pegar qualquer documentação sobre sua trajetória artística, é muito
visível o fato de você ter começado a participar de exposições ainda muito
novo. Como surgiu essa necessidade?
R: Destino e ambivalência do
artista pela sua criação (produção e dom artístico).
Existe
algum fato que marcou negativamente e positivamente sua trajetória artística?
R: Na Bienal de São Paulo em
1973, meus trabalhos foram rejeitados pelo “Júri”. Já na Bienal seguinte fui
convidado como participante e a Sala de Didática de Gravura, ficou sob minha
responsabilidade. Parece um paradoxo.
Desde
aquela época você fazia só xilogravura, ou não?
R: Sou um Artista Plástico,
pinto, esculpo, entalho, e desenho. Na Xilogravura (entalhe em madeira), nós
baianos criamos uma técnica chamada de “Fusão”. Que consiste fazer a gravura
com entalhe.
Você
sentiu na Escola de Belas Artes algum clima propício à produção artística?
R: Já dizia Pedrosa (crítico
e artista plástico), o artista é um demiurgo, seu trabalho é sempre solitário.
No entanto sempre busquei pela convivência em grupo e movimentos alternativos.
Há
alguma referência sobre seu trabalho fora do país?
R: Susan Rubim de Pinho
escreveu um artigo na Universidade Católica de Louvain na França, sobre alguns
dos meus trabalhos e também na República Tcheca e Eslováquia, foi feita uma
exposição sobre Artistas Plásticos da América Latina onde consta artigo da
mesma escritora com o título “Les Influences Du surrealime sur l’art de Bahia,
a meu respeito.
PARTE
DO ARTIGO DE SUZAN RUBIM DE PINHO.
Gilson, muito obrigado pela
entrevista.
Nota:
O Artista Plástico Gilson
Matos, é neto do Coronel Horácio de Matos, personalidade histórica da Chapada
Diamantina.
Gilson Xavier Matos
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